Fisioterapia Pélvica, Uroginecológica
Fisioterapeutas com especialização pela USP, UNIFESP e Santa Casa de Misericórdia.
A pelve é uma região anatômica associada com as funções urinárias, fecal e sexual humana, além de parte da função obstétrica. A Fisioterapia Pélvica trata de modo conservador os principais problemas desta região:
Prolapsos genitais
Disfunções anorretais e urinárias femininas, masculinas e infantis
Dor pélvica
Disfunções sexuais diversas em ambos os gêneros
A fisioterapia pode ajudar nos casos de incontinência urinária?
A primeira escolha de tratamento é através da fisioterapia pélvica.
O fisioterapeuta especialista realiza uma avaliação para identificar a causa da incontinência.
Após a avaliação é definido um plano de tratamento personalizado, utilizando-se de recursos como: treinamento muscular do assoalho pélvico, biofeedback, cones vaginais, eletroestimulação e terapia comportamental.
Como é feita a fisioterapia nos casos de incontinência?
A Fisioterapia Pélvica possui diversas ferramentas para tratar a incontinência urinária. Vamos falar um pouco de cada uma delas.
Treinamento muscular do assoalho pélvico: São exercícios específicos para resgatar a função dos músculos que atuam na continência urinária e fecal. Eles são feitos sob orientação de um fisioterapeuta especialista, que definirá a postura adequada para realizar o exercício, o número de séries e repetições, se haverá ou não uma carga adicional, como o cone vaginal, por exemplo.
Cones vaginais: são pequenas cápsulas, de cores, formatos e pesos variados, que são inseridas no canal vaginal e auxiliam na correta contração dos músculos da região e no seu fortalecimento.
Biofeedback Uroginecológico: Muitos pacientes tem dificuldade em contrair ou relaxar os músculos do assoalho pélvico corretamente. Nestes casos, é indicado o uso de um equipamento de biofeedback de pressão ou eletromiográfico. Este aparelho capta a contração muscular do assoalho pélvico e transmite essa resposta ao paciente através de um sinal visual ou sonoro. Assim, o paciente consegue saber se está fazendo a contração de forma correta.
Eletroestimulação: a estimulação elétrica neuromuscular promove a contração dos músculos do assoalho pélvico, contribuindo para uma maior ativação dessa musculatura e promovendo maior consciência da região, além de auxiliar no ganho de força e resistência muscular.
Terapia comportamental: Além de todos os recursos utilizados em consultório, a mudança de alguns hábitos torna-se fundamental para o sucesso do tratamento da IU. A terapia comportamental envolve uma série de medidas que contribuem para a diminuição ou melhora completa do quadro de incontinência. Dentre elas estão, adequação da ingestão de líquidos, redução do consumo de alimentos estimulantes, posicionamento adequado para urinar, entre outras mudanças que serão orientadas pelo especialista após uma criteriosa avaliação.
Correção postural e de movimentos: Muitas vezes a perda urinária não está relacionada à fraqueza dos músculos do assoalho pélvico. Muitas pessoas que possuem uma boa força muscular dessa região podem apresentar incontinência. Já existem evidências de que a postura e a velocidade com que essa musculatura contrai (ela deve contrair-se milésimos de segundos antes do esforço) pode causar a perda de urina.
É possíve tratar a constipação intestinal com fisioterapia?
A constipação intestinal acomete em torno de 20% da população mundial e normalmente é associada à inadequada ingestão de fibras e água. Também pode ocorrer em pessoas com alterações endócrinas e neurológicas ou que fazem uso de medicamentos ou alimentos obstipantes. O paciente pode apresentar fezes endurecidas, esforço para evacuar, diminuição da frequência ou sensação de esvaziamento incompleto.
Para confirmar o diagnóstico de constipação crônica, o paciente deve apresentar pelo menos 2 sintomas – dos critérios de Roma III – em ao menos 25% das evacuações. Os sintomas são:
- Esforço excessivo para evacuar;
- Fezes ressecadas ou endurecidas;
- Sensação de esvaziamento incompleto;
- Sensação de bloqueio anorretal;
- Necessidade de manobras manuais para facilitar a evacuação;
- Menos que três evacuações por semana.
Como a fisioterapia trata casos de constipação?
Muitas vezes a constipação está relacionada a uma contração paradoxal dos músculos da região anal. A contração paradoxal leva a incapacidade de relaxar a musculatura do assoalho pélvico adequadamente, e como consequência o paciente não consegue evacuar, mesmo fazendo um grande esforço.
Primeiramente, o fisioterapeuta especializado irá realizar uma avaliação para detectar o que está causando a constipação. Em seguida, será elaborado um plano de tratamento personalizado de acordo com os achados da avaliação.
O tratamento pode incluir, terapia comportamental com orientações específicas para cada paciente, biofeedback, liberação miofascial, adequação postural e treinamento muscular do assoalho pélvico.
- Terapia comportamental: A terapia comportamental em casos de constipação irá buscar alterar os hábitos que podem desencadear ou agravar o quadro. Normalmente, inclui, adequação do posicionamento ao evacuar, adequação da ingesta hídrica e de fibras e reeducação do hábito intestinal.
- Biofeedback: Muitos pacientes tem dificuldade em contrair ou relaxar os músculos do assoalho pélvico corretamente. Nestes casos, é indicado o uso de um equipamento de biofeedback de pressão ou eletromiográfico. Este aparelho capta a contração muscular do assoalho pélvico e transmite essa resposta ao paciente através de um sinal visual ou sonoro. Assim, o paciente consegue saber se está fazendo a contração ou o relaxamento da musculatura de forma correta.
- Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico: São exercícios específicos para resgatar a função dos músculos que atuam na continência urinária e fecal. Eles são feitos sob orientação de um fisioterapeuta especialista, que definirá a postura adequada para realizar o exercício, o número de séries repetições, bem como o tempo de relaxamento. Ele pode ser realizado juntamente com o aparelho de biofeedback.
- Liberação Miofascial do Assoalho Pélvico: é uma espécie de massagem perineal que ajuda a relaxar os pontos dolorosos da região pélvica.
Disfunções Sexuais Femininas
As disfunções sexuais podem prejudicar a qualidade de vida e o relacionamento das mulheres com os seus parceiros.
As manifestações mais comuns são a dor pélvica crônica, a anorgasmia, o vaginismo e a dispareunia.
- Vaginismo: No vaginismo ocorre uma contração involuntária dos músculos perineais, impedindo de forma total ou parcial a penetração na vagina. As causas incluem: abuso físico ou sexual, dor no primeiro intercurso sexual, religião ortodoxa, educação muito rígida, medo da intimidade ou de engravidar, entre outros.
- Dispareunia: A dispareunia é a dor que ocorre antes, durante ou após a relação sexual descartando a possibilidade de vaginismo. A intensidade da dor pode variar. A presença frequente da dor pode levar a mulher a sentir angústia, ansiedade e a evitar o ato sexual. A dor pode ser classificada de acordo com a localização em superficial (no intróito), intermediária (dor no conduto médio da vagina) ou profunda (com penetração profunda). Dentre as causas, estão: episiotomias, traumas sexuais, radioterapia, cirurgias abdominais ou pélvica, aderências operatórias, endometriose, entre outros.
- Dor Pélvica Crônica: é uma dor na região pélvica por mais de dois meses, ocasionando danos físicos, psíquicos e emocionais como o distanciamento do parceiro. Pode ocorrer em função de causas orgânicas ou psicológicas, sendo fundamental a abordagem multiprofissional
Fisioterapia nas disfunções sexuais femininas
A fisioterapia atua no tratamento das disfunções sexuais femininas aliviando as dores, reeducado a musculatura do pavimento pélvico e melhorando a vascularização local, levando a uma experiência sexual satisfatória.
Os recursos utilizados são: biofeedback, liberação miofascial, TENS, treinamento muscular do assoalho pélvico, uso de dilatadores vaginais, entre outros.
- Treinamento muscular do assoalho pélvico: São exercícios específicos para resgatar a função dos músculos que atuam na continência urinária e fecal, na sustentação dos órgãos pélvicos e na função sexual. Eles são feitos sob orientação de um fisioterapeuta especialista, que definirá a postura adequada para realizar o exercício, o número de séries e repetições, se haverá ou não uma carga adicional, como o cone vaginal, por exemplo.
- Biofeedback: Muitos pacientes tem dificuldade em contrair ou relaxar os músculos do assoalho pélvico corretamente. Nestes casos, é indicado o uso de um equipamento de biofeedback de pressão ou eletromiográfico. Este aparelho capta a contração muscular do assoalho pélvico e transmite essa resposta ao paciente através de um sinal visual ou sonoro. Assim, o paciente consegue saber se está fazendo a contração ou o relaxamento da musculatura de forma correta.
- Liberação Miofascial do Assoalho Pélvico: é uma espécie de massagem perineal que ajuda a liberar os pontos dolorosos da região pélvica.
- Dilatadores Vaginais: São cilindros de diferentes tamanhos utilizados como coadjuvantes no tratamento da dor na relação sexual ou na estenose do canal vaginal.
- TENS: A eletroestimulação eletrica transcutanea é um recurso não invasivo utilizado por fisioterapeutas para tratamento de dores crônicas.
Incontinência Fecal
A incontinência fecal é caracterizada pela perda, de forma involuntária, de gases e fezes (líquidas, pastosas ou sólidas). Esta condição pode gerar insegurança, baixa auto estima, depressão, angústia e transtornos mentais, físicos e sociais levando a uma piora significativa da qualidade de vida. Ocorre com maior frequência em mulheres idosas e possui como causa muito comum a constipação intestinal.
A fisioterapia pélvica no tratamento da incontinência fecal
A fisioterapia pélvica, através da reeducação dos músculos do pavimento pélvico, da melhora da sensibilidade anorretal, da melhora da estabilidade lombopélvica e adequando a função esfincteriana, possui impacto positivo no tratamento desta disfunção.
Os recursos utilizados para tratar a incontinência fecal, incluem o biofeedback, o treinamento muscular do assoalho pélvico, e a eletroestimulação.
- Biofeedback Uroginecológico: Muitos pacientes tem dificuldade em contrair ou relaxar os músculos do assoalho pélvico corretamente. Nestes casos, é indicado o uso de um equipamento de biofeedback de pressão ou eletromiográfico. Este aparelho capta a contração muscular do assoalho pélvico e transmite essa resposta ao paciente através de um sinal visual ou sonoro. Assim, o paciente consegue saber se está fazendo a contração de forma correta.
- Eletroestimulação: a estimulação elétrica neuromuscular promove a contração dos músculos do assoalho pélvico, contribuindo para uma maior ativação dessa musculatura e promovendo maior consciência da região, além de auxiliar no ganho de força e resistência muscular.
- Treinamento muscular do assoalho pélvico: São exercícios específicos para resgatar a função dos músculos que atuam na continência urinária e fecal. Eles são feitos sob orientação de um fisioterapeuta especialista, que definirá a postura adequada para realizar o exercício, o número de séries repetições, se haverá ou não uma carga adicional, como o cone vaginal, por exemplo.
Prolapsos dos órgãos pélvicos
Prolapso é a queda ou descida de qualquer órgão pélvico – bexiga urinária, útero, uretra, reto, intestino delgado – em relação à sua posição de origem. A suspensão/sustentação destes órgãos se dá por uma interação dinâmica entre músculos, ligamentos e ossos da pelve.
Quando há o prolapso, a paciente pode queixar-se de sensação de peso na vagina, dor abdominal, inguinal ou lombar.
Pode ser classificado de 0 a 4, em que 0 é a ausência de prolapso e no estádio 4 o órgão se exterioriza.
Fisioterapia nos prolapsos genitais
Apesar de o tratamento cirúrgico ser bastante indicado, a fisioterapia pélvica é fundamental, tanto como tratamento conservador único, como coadjuvante no pré e pós operatório.
O assoalho pélvico exerce importante papel na sustentação dos órgãos pélvicos e a fisioterapia atuará na reabilitação da função destes músculos, podendo prevenir o aparecimento do prolapso ou mesmo fazê-lo regredir de estádio.
As estratégias terapêuticas utilizadas são: treinamento muscular do assoalho pélvico e indicação de pessários
- Os pessários são feitos de silicone ou plástico e são utilizados para dar suporte ao órgão, principalmente nos casos em que a paciente não pode realizar a cirurgia ou simplesmente não quer realizá-la.